MÍDIA

 

Reportagem do Estadão, na editoria de Mobilidade, analisa os dados da pesquisa PNAD Contínua – Trabalho por meio de Plataformas Digitais 2024, do IBGE, que revela um paradoxo no trabalho via aplicativos: os motoristas e entregadores têm renda mensal ligeiramente superior à média nacional (R$ 2.996), mas à custa de jornadas mais longas, rendimentos por hora menores e altíssima informalidade.

Entre os trabalhadores de plataformas, 71% não têm registro formal e apenas 35,9% contribuem para a Previdência; entre entregadores de moto, a informalidade sobe a 84%. A renda maior resulta do excesso de horas — 44,8 semanais, 5,5 a mais que os demais ocupados.

O professor José Dari Krein, do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisador do Cesit, aponta que essa aparente vantagem é “uma renda ilusória”, pois não incorpora benefícios trabalhistas como 13º, férias e adicionais. Ele ressalta que “as pessoas suportam essas rotinas extenuantes por um tempo, mas isso traz sequelas”, e defende o reconhecimento dos trabalhadores de aplicativo como empregados com direitos.

Krein observa ainda que a vantagem salarial dos plataformizados caiu de 9,4% em 2022 para 4,2% em 2024, o que reforça o esgotamento do modelo. A reportagem conclui que, apesar da suposta autonomia, as plataformas controlam preços, prazos e condições de trabalho, expondo motoristas e entregadores a precarização, insegurança e desgaste contínuo.

 

Notícia completa: https://mobilidade.estadao.com.br/mobilidade-para-que/ganham-mais-mas-vivem-pior-o-paradoxo-dos-entregadores-e-motoristas-de-aplicativo/